terça-feira, 15 de março de 2011

...Você não me conhece e eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza a você. Ao fim de tudo, você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim. E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa. Você não tem um nome, eu tenho. Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções, mas a mentira da aparência do que eu sou é a mentira da aparência do que você é , porque eu não sou o meu nome e você não é ninguém.
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação através da aceitação da distância e do reconhecimento dela. Entre eu e você existe a notícia que nos separa e eu quero que você me veja a mim. Eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e te espelha...
Eu me delato , tu me relatas... Eu nos acuso e confesso por nós. Assim, me livro das palavras com as quais você me veste .
(Fauzi Arap)



Esse enlouquecer na busca dos passos
antevendo o gesto, o cheiro exalado,
ir de encontro ao corpo, o abraço apertado
fechando o cerco, atando os laços;

Esse suor almiscarado transpassando,
a força do que és, o impacto, o comando,
a diretriz do êxtase, obedecendo o mando
do olhar enviesado no dengo resvalando;

A nuca exposta ao teu beijo, meus cabelos
colando nas costas e esse absinto
inebriando as narinas, a boca já sem fala

tentando sussurrar os segredos dos pêlos
no sangue que nos corre nas veias e que sinto
em tremores por teu amor, que me avassala...

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